Ícone do site Pichau Arena

ZETA DIVISON sobre transfobia: “Gostaríamos de ter uma sociedade com diversidade”

Imagem: Reprodução/Riot Games

Recentemente, o time japonês ZETA DIVISION apresentou o elenco feminino para disputar o Game Changers do VALORANT.  Algumas pessoas da reagiram de forma negativa quando descobriram que uma das jogadoras é transgênero*, causando uma retaliação pública nas redes sociais. A equipe soltou um comunicado nesta quarta-feira (04) sobre o ato transfóbico por parte da comunidade.

O novo elenco composto por suzu, aco, Sarina “Moco” Kawashima, Airi “romia” Sugiyama e flappy mal chegou ao cenário e já sofreu duras repressões por parte da própria comunidade de eSports. O anunúcio que aconteceu na última semana (27), resultou em discussões sobre o gênero de flappy e a possibilidade da equipe não atender as regras da Riot Games para disputar o Game Changers de 2022.

 

Imagem: Reprodução/ZETA DIVISION

 

Nesta semana (03 e 04), um usuário do Twitter perguntou “Você pode confirmar que Flappy é uma mulher?“, questionando se a pro player estava elegível para jogar um campeonato feminino. Além disso, comentários como  “Mesmo que seja transgênero, é seguro verificar” também foram publicados, levando novamente o rumor do time não disputar o torneio por “culpa” da jogadora.

Mesmo assim, algumas pessoas da comunidade seguiram em defesa de flappy: “Transgênero é permitido, então mesmo que a pessoa seja homem, se ele se reconhecer como mulher, pode participar do torneio.” . Enquanto alguns fãs disseram que iriam apoiar o elenco, outros disseram estar ansiosos pelo início do Game Changers de VALORANT; estréia da line-up no competitivo da modalidade.

Com a quantidade de comentários negativos, a ZETA DIVISION publicou um comunicado em japonês por meio das redes sociais, apoiando a jogadora e explicando que o time está elegível a participar do campeonato segundo as regras da própria Riot Games. Veja:

 

 

No comunicado, organização afirmou que flappy se identifica como uma mulher trans que está fazendo terapia hormonal corretamente para “se tornar um corpo que corresponda à sua identidade de gênero“.

Além disso, ZETA disse que foi emitido um atestado médico e que tudo havia sido confirmado antecipadamente junto à organizadora do campeonato e afirmou a participação do elenco no torneio:

A Riot Games espera que diversas pessoas, incluindo mulheres e outras minorias de gênero, sejam ativas no cenário competitivo. O “VCT Game Changers” está sendo realizado para fornecer novas oportunidades e lugares para brilhar. Nossa empresa simpatiza fortemente com a política da Riot Games e estabeleceu uma divisão de VALORANT GC que inclui flappy para enfrentar o torneio.

 

 

A ZETA também disse que por conta da jogadora ser menor de idade e por quererem dar prioridade à segurança física e mental de flappy, não havia sido divulgado que a integrante da equipe é trangênero. Porém, “em resposta da disseminação de boatos e mentiras“, a organização — que teve o consentimento de flappy para falar sobre o tema — decidiu que não falar sobre o assunto poderia gerar mais danos à dignidade do próprio elenco.

 

Em resposta à comunidade transfóbica, o time pediu respeito por parte do público: “Gostaríamos de realizar uma sociedade com diversidade no mundo dos esports, e estamos fortemente ofendidos com alguns comentários insensíveis. O ato de forçar uma determinada pessoa a revelar sua orientação sexual ou identidade de gênero, bem como atos de expô-la sem sua permissão, são ética e socialmente inaceitáveis. Nós da ZETA DIVISION pretendemos lidar com tais observações e ações com firme determinação”.

 

 

O outro lado da moeda

 

Foto: Reprodução/HLTV

Enquanto no Japão, flappy precisa ser defendida pela ZETA DIVISION e a própria Riot Games contra o próprio público que consome eSports, no Brasil temos Olga “Olga” Rodrigues como uma das pro players o mais populares do cenário feminino de CounterStrike: Global Offensive (CS:GO).

Com uma base de fãs estruturada e uma organização que luta por igualdade em todos os sentidos, a travesti Olga alcançou o top 5 de melhores jogadoras de CS:GO no Brasil, teve o maior rating na ESL Impact Valência de 2022 e fez história representando a FURIA ao conquistar o vice no torneio.

 

 

 

*Transgênero são pessoas que possuem uma identidade de gênero (mulher, homem, não-binária) diferente ao sexo que lhe foi atribuído quando nasceu; podendo ser heterossexuais, homossexuais, bissexuais, pansexuais, assexuais e mais.
Um transgênero pode ser uma pessoa que nasceu mulher mas se identifica como homem ou uma pessoa que nasceu homem mas se identifica como travesti, por exemplo.

 

 

 

Veja mais:

 

CS:GO: Imperial é convidada para a FiReLEAGUE: Global Finals 2022

 

CS:GO: Black Dragons está de volta no CS com o elenco Quem São Elas; Confira

 

CS:GO: Com cenário feminino crescente, Brasil já passa de 10 LANs

0 0 votos
Classificação do artigo
Sair da versão mobile