Na última terça-feira (3), a FURIA venceu pelo VCT Américas – Stage 2, campeonato de VALORANT. Apesar da vitória, as Panteras enfrentam um cenário desafiador, mas mantêm o sonho vivo de alcançar os playoffs. A Pichau Arena conversou com Alexandre “xand” Zizi sobre o potencial dos times brasileiros, motivação e mais.
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Desafios no cenário brasileiro
Durante uma entrevista publicada pelo VALORANT Esports, xand discutiu o fato de nenhum time brasileiro estar no seu auge, apesar do potencial dos jogadores e equipes.
O atleta compartilhou suas visões sobre os obstáculos que ainda impedem a FURIA e outras equipes brasileiras de alcançarem uma posição adequada no cenário internacional.
“Acredito que, principalmente para a gente e os times que mudaram, acaba que os brasileiros não vêm de um ano passado muito bom. Todos passaram por mudanças, e nenhum deles, com essas mudanças no primeiro contato, tiveram bons resultados. Então, principalmente para os brasileiros, é uma questão de tempo e talvez de achar a peça ideal ou a função ideal de cada jogador”
“Quando cada um ajeitar sua função, tiver tempo para treinar e testar as composições, algumas coisas que são feitas um pouco mais às pressas pelo tempo vão melhorar. Acho que o nível do Brasil vai voltar a subir.”, completou o jogador.
Vitória histórica
A vitória sobre a LOUD representou um marco para a FURIA, que nunca havia superado a equipe esmeraldina. O time conseguiu vitórias decisivas em Icebox, por 13×10, e Bind, por 13×9, na série melhor de três (MD3), marcando a primeira vez que as Panteras conseguiram vencer mapas dos compatriotas.
xand comentou sobre os fatores que, na sua opinião, contribuíram para essa quebra de barreira e a conquista do resultado positivo pela primeira vez.
“O principal fator foram nossos treinos, nosso dia a dia, nossa união. Pelo menos desde que eu entrei, posso dizer que a gente está bem unido, bem próximo. Acontecem brincadeiras e, ultimamente, está realmente muito unida. Além desse fator, acredito que estamos nos reencontrando como jogadores também.”
“Acredito que o próprio Leonardo ‘mwzera’ Serrati estava se cobrando muito, e hoje ele teve uma atuação de gala. Eu não tive nenhuma série ainda muito boa. Sei que fui muito útil, sei que fiz muito bem meu papel, mas ainda não é o Xand que eu espero ser e que já fui.”
Motivação e resiliência busca pelos playoffs
Apesar da vitória significativa na última terça-feira (2), as Panteras enfrentam uma situação delicada no VCT Américas – Stage 2, com o risco de não se classificarem para os playoffs. Atualmente ocupando a 10ª posição na tabela, a FURIA precisa não apenas de resultados positivos nos próximos jogos, mas também de um desempenho favorável das outras equipes para garantir sua posição e alcançar a tão desejada vaga na próxima fase da competição.
Com isso, o jogador brasileiro comentou sobre o estado de motivação, resiliência e pressão da equipe diante desse desafio.
“Nossa motivação nem vem assim, mas também não é nem pela vaga. Acho que é por nós, por querer ser um time competitivo, um dos melhores times do mundo. Infelizmente, a tabela foi feita assim, nossas chances são bem baixas ou até mesmo nulas.”
“Estamos fazendo isso porque é o sonho de muita gente estar aqui, é o nosso sonho estar aqui. A gente ama fazer isso, amamos ser competitivo, a gente ama ganhar. Então, com vaga ou sem vaga, estamos dando o nosso melhor da mesma maneira.”
Clássico brasileiro
Com o clássico entre FURIA e LOUD, os compatriotas se encontram em uma situação semelhante, ambas enfrentando uma temporada abaixo do esperado. As Panteras chegaram a passar um ano sem vencer nas franquias, mas aos poucos estão se recuperando.
Com o desempenho aquém do esperado em competições internacionais, xand comentou sobre a ausência de resultados das equipes brasileiras.
“A gente conta muito com o fato de que queremos honrar o nosso país, honrar o Brasil, dar o nosso melhor, nossa família, até por nós mesmos. Acontece também que, do outro lado, são seis times do NA, tem o LATAM, são várias pessoas com o mesmo sonho e objetivo. Então, às vezes acontece de um dos três não conseguir e os outros oito acabam ficando sem a vaga, brigando mais.”
“Assim como já aconteceu antes, muitas vezes a gente está ali no meio, um ou dois times brigando. É o melhor para voltar a acontecer isso, mas acho que é natural. Ciclos começam e recomeçam, com investimento moldando jogadores e treinando. Acho que, no futuro, isso pode mudar e vice-versa, com certeza.”
Recado para a comunidade
Após o resultado, o jogador brasileiro deixou um recado para a comunidade que o acompanha, expressando gratidão pelo apoio e assegurando que, embora esteja um pouco atrás em relação à equipe, continuará dando o seu melhor na busca por resultados.
“Queria agradecer muito, mandar um super beijo pelas energias positivas, por tudo, por todas as mensagens positivas que eu recebo. Saibam que estamos nos dedicando muito. A gente treina muito, a gente acorda cedo, a gente tenta fazer bastante coisa junto. Estamos realmente vivendo o sonho, fazendo de tudo para representar vocês melhor.”
“É isso, agradecer do fundo do meu coração. Vocês são muito importantes para mim. Vou estar dando o meu melhor para trazer mais resultados bons, tentar somar mais ainda com meu individual para o time. Que eu estou um pouco para trás, e tá tudo bem. Vamos em busca.”
Próximos passos
A FURIA volta aos servidores neste domingo (7), enfrentando os brasileiros do MIBR às 18h (horário de Brasília), em mais um confronto no caminho para os playoffs do VCT Américas – Stage 2.