Os eSports continuam em ascensão no Brasil, revela o novo painel da 10ª Pesquisa Game Brasil (PGB) divulgado no último domingo (2). O estudo, que mapeia os hábitos de consumo e prática de jogos eletrônicos no país, revelou um aumento significativo no interesse e na participação dos brasileiros nos esportes eletrônicos.
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Em entrevista exclusiva com Carlos Silva, sócio da Go Gamers, e Mauro Berimbau, pesquisador e consultor da mesma empresa responsável pela pesquisa anual, foram destacados pontos relevantes sobre o tema.
Enraizado na história
A pesquisa revela que os games têm experimentado um crescimento notável nos últimos tempos, tornando-se uma forma popular de entretenimento em todo o mundo. No Brasil, em particular, cerca de 70,1% da população tem joga no seu cotidiano, o que demonstra a alta adesão à modalidade. No entanto, é importante ressaltar que a presença dos jogos na sociedade remonta aos primórdios da civilização.
“Jogos, de modo geral, sempre estiveram vinculados à civilização humana. Se você for ao Museu de História Natural, encontrará dadinhos feitos de ossos que tinham uma relação religiosa, mas também estavam relacionados ao jogo mais antigo registrado na história da humanidade. Portanto, os jogos e a cultura humana estão interligados“, destaca Mauro Berimbau.
Os jogos são uma parte intrínseca da cultura e estão profundamente enraizados nos seres humanos. Enquanto algumas pessoas estão mais envolvidas em termos de consumo, outras reconhecem seu significado dentro de um contexto maior.
“Os jogos estão presentes na cultura e fazem parte de nós. Algumas pessoas estão mais vinculadas a isso em termos de consumo, e é isso que mapeamos dentro da pesquisa de comportamento do consumidor. Outras pessoas reconhecem isso como um contexto”, explica Berimbau.
Desconstruindo estereótipos
É essencial abordar a necessidade de quebrar o estereótipo associado aos jogadores. Com frequência, é idealizada uma imagem pré-concebida como alguém que possui o melhor setup, uma sala cheia de luzes e que passa todo o tempo no quarto. No entanto, é importante destacar que essa imagem não se aplica a todos, como ressalta o sócio da Go Gamers.
“É preciso quebrar o estereótipo que as pessoas têm do jogador. Como se fosse a imagem que talvez a gente tenha de um influencer digital. O jogador nem sempre é o cara que tem aquela sala, que tem aquele computador, que tem aquelas luzes. A nossa pesquisa está procurando mostrar exatamente que esse é um pedaço do público, mas certamente não é o todo. “
A Comunidade e seu Impacto
Falando sobre a interação entre o público e as marcas, é fundamental reconhecer o crescente engajamento e importância da comunidade de eSports, que tem ganhado destaque significativo, apresentando uma comunidade apaixonada e em constante expansão.
“A gente percebeu nos últimos três anos um movimento até mais expressivo, mesmo de diversos setores, que de alguma forma querem se conectar com esse público, porque viram quanto que ele é engajado, quanto ele é envolvido, quanto ele realmente faz acontecer. Então, todo mundo quer aproveitar todo esse envolvimento com o seu produto”, afirma Carlos Silva.
No cenário atual, as organizações de esportes eletrônicos no Brasil têm alcançado uma relevância cada vez maior, o que pode ser observado ao analisarmos sua evolução ao longo dos anos. Conquistado uma crescente popularidade no país, ganhando reconhecimento entre uma parcela significativa daqueles que consomem jogos eletrônicos.
A tendência de crescimento constante coloca o desafio de expandir a influência além das fronteiras estabelecidas e consolidar um território.
“A gente olha até mesmo as organizações do Brasil e atualmente elas têm uma relevância maior. A gente compara com os anos anteriores, e também foi um processo para elas ganharem relevância. Hoje, os eSports no Brasil ganharam popularidade, uma boa parte daqueles que consomem jogos eletrônicos conhece eSports. Então, isso vai ampliando cada vez mais, e o desafio dos eSports é crescer dentro do seu território e expandir” afirma Carlos.
Da diversão a carreira
Os jogos deixaram de ser apenas uma brincadeira e se tornaram verdadeiras profissões. É notável que existem indivíduos que enxergam essa forma de entretenimento de maneira diferenciada, reconhecendo seu potencial para gerar impactos significativos. Os jogos não se limitam apenas a divertir, mas também oferecem oportunidades para criar, inovar e explorar novos horizontes.
“Não é uma brincadeira, realmente são profissões. São pessoas que enxergam aquilo de um jeito diferente. Os jogos são uma forma de entretenimento, mas também é uma forma de gerar outras coisas, e esses profissionais têm esse desafio”, ressalta Berimbau.
Nos últimos anos, temos observado uma mudança significativa no cenário dos esportes eletrônicos. Comparado ao passado, percebe-se que os atletas costumavam ingressar nesse meio impulsionados principalmente por sua paixão pelo jogo. Aqueles que trilharam o caminho porque tinham um desejo genuíno de fazer acontecer.
“Quando comparamos a alguns anos atrás, o atleta começava porque era apaixonado. A galera que fez o caminho dos eSports fez porque realmente queria fazer acontecer. Hoje, eles contam com a ajuda de marcas, infraestrutura, grandes centros de treinamento aqui no Brasil, que é uma referência até mesmo no mundo”.
Conheça mais
Mauro Berimbau, professor em gamificação na ESPM e consultor no Go Gamers. Um dos criadores da Pesquisa Game Brasil.
Carlos Silva, Head of Gaming da Go Gamers e um dos criadores da Pesquisa Game Brasil.
