Pichau Arena
Uma Batalha de Informações

Lahgolas: do Master System para o League of Legends

Coletivo também presta serviços de assessoria, estudos e mais

0

Muita gente ainda acha que a Wakanda Streamers é mais um grupo de pessoas que fazem transmissões de gameplay na Twitch, porém, é muito mais do que isso. Mas você sabia que a caster Lahgolas do CBLOL (Campeonato Brasileiro de League of Legends) e CBLOL Academy veio de lá?

A iniciativa que foi fundada em 2018 conta com participantes de todo Brasil, reunindo integrantes que representam as diversas esferas da comunidade negra. As esferas trabalhadas pelo coletivo abrangem três segmentos: jurídico, psicológico e pedagógico.

Tudo isso existe com o intuito de formar uma rede de apoio para a comunidade preta, ao lado de incentivos e trocas de experiências. 

Com  intuito de ser uma cidade diferente do que a sociedade vivencia nos dias atuais; que se apoia em um discurso em racista, o coletivo também oferece suporte de assessoria, divulgação, ensino e orientação. Para entender melhor este trabalho, falamos com Lahgolas, figura importante do movimento. Confira:

Imagem: Reprodução/Riot Games

 

Nascida em São Luis do Maranhão, a “Jaimaica Brasileira”, Lahgolas é uma das figuras presentes no Wakanda Streamers. Contemplando a fatia de gamers do coletivo, a advogada e pós-graduada começou fazendo  lives de LoL e VALORANT em seu canal da Twitch.

Os jogos sempre foram uma paixão para a criadora de conteúdo, que, por ser filha única, jogava com os pais: “[eles] se divertiam bastante, tornando minha experiência ainda melhor” diz. 

O Master System foi seu primeiro console logo aos 4 anos. Depois, passou pelo Super Nintendo, Dynavision 3 e o Playstation 1 e 2. Os jogos de PC só viraram realidade na sua adolescência – aos 12 anos – , afinal, computador e internet não eram acessíveis para muitos na época.

Doom 95, Pick-up express – o jogo do Gugu – e emuladores de Game Boy – Pokémon Fire Red e Zelda – fizeram a alegria da ludovicense.

Imagem: Reprodução/Acervo Pessoal

Com 15 anos, teve experiência de games de browser na escola e, apenas com 18, que começou a jogar online: Conquer e Lineage II.

A correria da faculdade e trabalho a fizeram jogar efetivamente só novos estilos com seus 26 anos, ou seja, o passatempo de criança continuava o mesmo: “A paixão latente voltou com tudo”, afirma.

Foi uma entrevista da MTV sobre profissionais que testavam jogos nos anos 90, que percebeu sua vontade de viver de games.

Não tive dúvidas que era justamente algo parecido que gostaria de fazer da vida profissionalmente um dia: ser remunerada pra me divertir jogando videogame” confessou a caster, que, por muitos anos, achou que seu sonho era utópico para a realidade que vivia no nordeste.

 

Imagem: Reprodução/Acervo Pessoal

 

Um pouco antes de abril, foi quando resolveu fazer streams de League of Legends, jogo que conheceu por causa do marido Rodrigo Santos (27).

Na época que namorava o profissional de computação gráfica, o LoL estava no fim da season 6 e foi quando descobriu a existência dos eSports e a gigante comunidade do MOBA. Sonhou em virar pro player: Uma jogadora profissional, para talvez reacender o sonho de infância?” se questionou.

Acabou percebendo  que seu nível de habilidade não a deixaria fazer parte de times profissionais e por meio do LoL que conheceu outras formas de trabalhar com games além do eSports.

 

Imagem: Reprodução/Acervo Pessoal

 

Na mesma época das lives, soube de Wakanda por um tuite que questionava a quantidade de negros que eram reconhecidos por trabalharem com lives: “Fiquei maravilhada por saber da existência de uma rede de pessoas parecidas comigo e logo corri atrás pra tentar fazer parte” disse a profissional que já trabalhou na da Liga Universitária Feminina de League of Legends.

Wakanda a ajudou a ter uma nova visão de mundo logo ao entrar para a iniciativa: “Passei a conhecer mais gente com experiências de vida parecidas com a minha e esse aquilombamento ajudou a me enxergar como mulher preta e me conhecer melhor” diz. 

 

Imagem: Reprodução/Acervo Pessoal

 

Por conta do racismo estrutural existente no Brasil, como toda mulher e preta, Lahgolas precisa se empenhar mais ainda para que eu seu trabalho seja cada vez mais reconhecido.

Ser mulher, preta e nordestina na nossa sociedade não é fácil. No cenário eletrônico que é elitista se torna ainda mais difícil. Além dos obstáculos inerentes às profissões do meio, ainda é necessário enfrentar racismo, machismo, misoginia, xenofobia, assédios, dentre outras coisas” confessa a streamer e advogada.

Foi com o apoio de Wakanda e a Sakuras E-Sports que Layze tem entendido o que pode fazer para mudar esta realidade e representar cada vez mais pessoas ao realizar seu trabalho.

 

 

Matéria publicada por Siouxsie Rigueiras no extinto START UOL

0 0 votos
Classificação do artigo
Inscrever-se
Notificar de
guest

0 Comentários
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários
0
Adoraria saber sua opinião, comente.x