Adaptados ao formato remoto para dar continuidade às suas atividades, os esportes eletrônicos (eSports) buscam retornar ao presencial esse ano. A forma como cada país lidou com a COVID-19 reflete nessa possibilidade. Por exemplo, a League of Legends European Championship (LEC) retornou com um número reduzido de times, já o Campeonato Brasileiro de League of Legends (CBLOL) ainda não pode permitir tal medida.
A disseminação do coronavírus impactou o eSports no geral. Casters realizam as transmissões online e os jogadores participam das partidas nas Gaming Houses ou em suas próprias casas. Além de crises financeiras em equipes, como o Flamengo eSports, que precisou demitir funcionários logo no começo da pandemia.
Não só a LEC, mas outras competições e modalidades buscam retornar a rotina normal gradativamente. Como a presença de pro players e casters no estúdio do VALORANT Masters in Berlin 2021, finais de torneios de Free Fire e o Worlds 2021 — Campeonato Mundial de League of Legends.
Por outro lado, enquanto a LEC é um exemplo de uma liga de LoL que regressa parcialmente, no Brasil houveram novos casos entre os jogadores. Ao longo desses dois anos, organizações relataram infecções entre suas line-ups de dentro e fora do MOBA (Multiplayer Online Battle Arena) da Riot Games.
Cenário do LEC 2022
A LEC esteve à frente do torneio brasileiros em diversos aspectos. Enquanto o CBLOL paralisou e começou a realizar as transmissões de forma remota em 2020; em junho do mesmo ano os casters da liga europeia voltavam ao estúdio. Cenário similar foi visto no Brasil apenas no primeiro split de 2022, ou seja, quase dois anos depois.
Os europeus também foram mais rápidos em trazer de volta suas equipes a Berlim no segundo split de 2021, em que os times se revezaram para estarem no estúdio.
A cada dia de competição, seis equipes jogavam no local e quatro permaneciam remotamente. Naquele momento, assim como a Alemanha, o cenário competitivo brasileiro também tinha uma visão esperançosa em relação a possibilidade do presencial em 2022.
Porém, as restrições na Alemanha ficaram mais duras devido à nova onda do coronavírus. A season de 2022 começou online, assim como no Brasil. Mas no caso dos europeus, a decisão foi temporária e, no início de fevereiro, estavam novamente no estúdio; dessa vez, com um número mais reduzido, sendo apenas quatro equipes permitidas por dia de competição.
Junto ao comunicado, a Riot Games informou as regras para manter a segurança geral. Apenas cinco jogadores, dois técnicos e o manager dos participantes da LEC podem entrar. Diferente do split de verão em 2021, quando foi permitido um grupo maior. Veja:
— LEC (@LEC) February 10, 2022
Cenário do CBLOL 2022
A Riot Games tentou retornar às atividades presenciais no Brasil gradualmente. Para o início de 2022, a desenvolvedora pretendia retornar com as torcidas e anunciou a venda de ingressos no começo de janeiro de 2022. Porém, os planos foram cancelados cerca de seis dias depois devido ao avanço dos casos de COVID-19 e Influenza.
Apesar das mudanças, a desenvolvedora permanecia com os planos de ter os jogadores no estúdio de São Paulo. Mas quase uma semana após o comunicado, foi informado que apenas os casters voltariam.
O primeiro split do CBLOL na temporada de 2022 iniciou em 22 de janeiro, com as 10 equipes do sistema de franquias.
Mesmo com os protocolos de segurança, oito equipes registraram casos no mês de estreia do campeonato. Em casos circunstâncias como as do rubro-negro, os jogadores decidiram seguir o cronograma; em situações como a da paiN Gaming, os jogos foram adiados.
O último registro foi da Rensga Bitcon. Desde então, novos casos não foram informados e os jogos de cada rodada têm seguido o cronograma.
eSport Vacinado
Assim como a Riot Games tem feito a sua parte para manter a segurança de equipes e funcionários da empresa, organizações e jogadores também fizeram a sua parte.
Em 2021, clubes como RED Canids, Liberty e paiN Gaming informaram à imprensa sobre o andamento da vacinação de seus elencos, inclusive, a Liberty — na ocasião ainda conhecida como Vorax — foi a primeira a ter todos os membros imunizados com a primeira dose.
Naquele momento o cenário competitivo brasileiro soube usar a visibilidade e influência para estimular seu público a aderir a imunização. Além disso, jogadores, influenciadores e organizações aderiram a campanha “eSports Vacinado” e realizaram sorteios entre aqueles que publicassem seus comprovantes de vacinação.
Sem público, estúdio e a euforia que só um “cara a cara” com as equipes adversárias proporcionam, as atividades presenciais parecem ser um passado distante; mas, talvez um futuro próximo para os torcedores e participantes do CBLOL.
A forma como o Brasil lidou com o controle da doença e variantes reflete negativamente na retomada da rotina comum. Os jogadores, organizações e a desenvolvedora já mostraram que estão fazendo a sua parte para o retorno, a volta dos casters já é um passo para em breve os jogadores e torcedores poderem voltar a dividir o mesmo espaço.
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