De acordo com uma publicação do Tom’s Hardware do último domingo (10), enquanto a Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC) continua expandindo suas operações globais com fábricas nos Estados Unidos, Europa e Japão, a empresa ainda enfrenta restrições quanto ao uso de suas tecnologias mais avançadas no exterior.
Segundo J.W. Kuo, Ministro de Assuntos Econômicos de Taiwan, as leis do país proíbem que a gigante produza chips de 2nm fora do território natal, de modo a proteger sua tecnologia de ponta. Dessa forma, apesar do avanço da empresa em novas localidades, a produção com o processo N2 (2nm) ficará restrita ao território taiwanês.
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A decisão de manter a fabricação de chips de 2nm em Taiwan não é apenas uma medida econômica, mas também uma questão de segurança nacional para o país. Conforme afirmou Kuo, as regulamentações taiwanesas exigem que as empresas de semicondutores limitem o uso de seus processos mais avançados a instalações locais, permitindo que fábricas no exterior utilizem apenas tecnologias de gerações anteriores.
Tudo isso é parte de uma estratégia para manter Taiwan como um polo central para os principais designers de chips do mundo, incluindo grandes nomes americanos, como Apple e NVIDIA, que dependem de processos de ponta como os oferecidos pela TSMC.
Expansão global com restrições
Apesar das limitações impostas, a TSMC mantém planos de produção em suas instalações no exterior. Nos Estados Unidos, por exemplo, a fábrica 21, instalada no Arizona, começará a produção em larga escala de chips de 4nm e 5nm a partir de 2025.
A segunda fase desta sede, com capacidade potencial para fabricar chips de 3nm e possivelmente de 2nm, só deve entrar em operação em 2028. Assim, enquanto a tecnologia mais avançada permanece em Taiwan, a TSMC ainda pode ampliar sua presença global e diversificar sua produção com processos de fabricação menos avançados.
Parceria permanece estável entre Taiwan e EUA
Mesmo com a proibição de fabricação de chips de 2nm fora de Taiwan, a colaboração entre Taiwan e os Estados Unidos no setor de semicondutores permanece forte. Segundo Cliff Hou, presidente da Taiwan Semiconductor Industry Association (TSIA) e vice-presidente sênior da TSMC, a relação entre as duas nações é histórica e estável, com ajustes pontuais para adaptar-se a mudanças políticas e econômicas.
Por fim, Hou também destacou a importância de Taiwan continuar investindo em pesquisa e desenvolvimento (P&D) e fortalecer sua cadeia de suprimentos para manter sua liderança no mercado de semicondutores, principalmente diante de possíveis alterações nas tarifas de importação dos EUA.