Recentemente, a Intel lançou seus mais novos CPUs de 14ª geração, denominados Raptor Lake Refresh. Sempre que uma nova linha de processadores Intel Core é lançada, milhares de pessoas se interessam em fazer um upgrade em sua máquina, mas nem sempre conseguem entender o que as diferenças de nomenclatura representam e como escolher a melhor opção para sua realidade.
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Essa dificuldade é extremamente normal, tendo em vista que os nomes são pouco intuitivos e a familiaridade com especificações técnicas não é uma característica comum a todo público alvo dos processadores Intel.
Por isso, explicaremos como entender o que os números e letras significam, como analisar as especificidades das CPUs e como escolher a melhor opção para cada realidade.
O que é Core i3, i5, i7 e i9?
Os números utilizados como sufixo na nomenclatura do processador são os responsáveis por definir o segmento do modelo. Quanto maior o número, mais avançada é a versão.
Core i3
São processadores de linha de entrada, projetados para tarefas diárias mais simples, como navegar na internet e editar documentos. Os Core i3 possuem menos núcleos e velocidade mais baixa, sendo recomendados para usuários que não precisam de muita potência.
Core i5
Linha intermediária, feita para algumas tarefas mais exigentes. Os processadores Core i5 são mais velozes e servem para atividades mais complexas, como jogos e edição de vídeo.
Core i7
Linha superior a i5, os CPU i7 são voltados para o mercado avançado e de alto desempenho. Funcionam para multitarefa intensiva, edição de vídeo de alta resolução, renderização gráfica e jogos mais pesados.
Core i9
Os modelos topo de linha da Intel são os Core i9. Voltados para entusiastas, esses processadores possuem a maior quantidade de núcleos, memória cache e velocidade. Além disso, a maioria dos modelos é desbloqueada para overclock.
Como funciona a nomenclatura dos processadores Intel Core?
Em uma família de processadores Intel Core existem diversos modelos diferentes. A linha Intel Core i9, por exemplo, contém o 13900K e o 14900KF. Para entender essa nomenclatura, existe um padrão.
- Os primeiros números após a família (i3, i5, i7, i9) determinam a geração. Sendo assim, do exemplo acima podemos entender que o 13900K é de 13ª geração, enquanto o 14900KF é de 14ª geração.
- Os números seguintes determinam algumas especificações do modelo, como velocidade, quantidade de núcleos e tamanho de cache.
- As letras, por fim, se referem a características do processador. Atualmente, as letras mais comuns são:
- K: CPUs com multiplicador desbloqueado para overclock, voltadas para entusiastas (exemplo: Core i9-13900KS);
- F: CPUs que não possuem chip gráfico integrado e exigem uma placa de vídeo dedicada (exemplo: Core i5-13600KF);
- S: edição especial de um processador, normalmente com algum diferencial único de especificação e desempenho (exemplo: Core i9-13900KS).
As gerações de processadores Intel Core
Os processadores Intel Core tiveram sua produção iniciada em 2008, e desde então recebem, além da nomenclatura de série, um nome para a linha baseado na microarquitetura. A mais recente delas, por exemplo, se chama Raptor Lake Refresh e representa os CPUs de 14ª geração. Veja abaixo a relação completa:
| Geração | Nome da microarquitetura | Ano de lançamento | Fabricação |
| 1ª geração | Nehalem | 2008 | 45 a 32 nm |
| 2ª geração | Sandy Bridge | 2011 | 32 nm |
| 3ª geração | Ivy Bridge | 2012 | 22 nm |
| 4ª geração | Haswell | 2013 | 22 nm |
| 5ª geração | Broadwell | 2014 | 14 nm |
| 6ª geração | Skylake | 2015 | 14 nm |
| 7ª geração | Kaby Lake | 2016 | 14 nm+ |
| 8ª geração | Coffee Lake | 2017 | 14 nm++ |
| 8ª geração | Whiskey Lake, Amber Lake | 2018 | 14 nm++ |
| 8ª geração | Cannon Lake | 2018 | 10 nm |
| 9ª geração | Coffee Lake Refresh | 2018 | 14 nm++ |
| 10ª geração | Ice Lake | 2019 | 10 nm+ |
| 10ª geração | Comet Lake | 2019 | 14 nm++ |
| 11ª geração | Tiger Lake | 2020 | Intel 10 nm SuperFin |
| 11ª geração | Rocket Lake | 2021 | 14 nm++ |
| 12ª geração | Alder Lake | 2021 | Intel 7 (10 nm) |
| 13ª geração | Raptor Lake | 2022 | Intel 7 (10 nm) |
| 14ª geração | Raptor Lake Refresh | 2023 | Intel 7 (10 nm) |
A última geração de processadores Intel
Na última semana, a Intel lançou oficialmente os processadores de 14ª geração, uma versão melhorada da 13ª geração, com a diferença na nomenclatura da microarquitetura apenas no sufixo: Raptor Lake Refresh.
A novidade conta com alguns recursos novos muito interessantes.
O processo de fabricação continua sendo o Intel 7, entretanto, houve um aumento nas frequências, aumento na quantidade de núcleos de alguns modelos e uso de aprimoramento de software e inteligência artificial para ganhos de performance.
Os clocks dos processadores são maiores, uma vez que os chips estão aquecendo menos, consumindo menos e operando de maneira mais estável mesmo em frequências maiores. Sendo assim, os Raptor Lake Refresh contam com clocks de até 6 GHz de fábrica e podem atingir valores superiores com overclock.
Na nova geração, os Core i7 passaram a ter 20 núcleos e 28 threads, enquanto seus antecessores possuem 16 núcleos e 24 threads. O restante da linha permanece inalterada, com até 24 núcleos e 32 threads.
Os CPUs apresentam o soquete LGA 1700, o que significa que serão compatíveis com as placas-mãe chipset 600 e 700.
De acordo com a Intel, os principais ganhos de performance acontecem no Intel Core i7 que, surpreendentemente, parece levar vantagem até mesmo sobre o processador topo de linha da rival AMD, o Ryzen 9 7950X3D.
Recentemente, inclusive, usando um sistema de refrigeração com hélio líquido, o modelo topo de linha, o Core i9-14900KF, atingiu incríveis 9.1 GHz de frequência em seus oito núcleos de performance nos testes do sueco Elmor e quebrou o recorde mundial, que pertencia recorde ao i9-13900K, que havia atingido 8.7 GHz com nitrogênio líquido.
Além disso, as memórias DDR5 também atingiram um patamar nunca antes visto com o overclocker lupin_no_musume, chegando a 11614 MT/s. Nas duas situações, a placa-mãe utilizada foi uma ROG Maximus Z790 Apex Encore. Os fatos foram anunciados pela ASUS em suas redes sociais.
O diferencial da 14ª geração da Intel nos jogos
A nova tecnologia Intel APO (Application Optimization) é um dos principais diferenciais da nova geração, e traz consigo um boost de até 31% de performance em jogos.
Os resultados foram divulgados em um subreddit da Intel por um usuário dono de um Core i7-14700K e um i9-14900K. Em Metro Exodus, as médias foram de 279 FPS para 339 FPS, o que representa um ganho de aproximadamente 24%. Em Rainbow Six Siege, outro jogo testado, as médias pularam de 659 FPS para 867 FPS, aumento de 31%.
Outro destaque recente se dá com um caso de overclock: novo processador de 14ª geração da Intel, o i9-14900K, mostrou mais uma vez sua capacidade, atingindo 8 GHz de frequência e rodando Counter Strike 2 em impressionantes 1310 FPS.
O feito aconteceu no IEM Sidney e, além do processador Raptor Lake Refresh, a equipe australiana responsável utilizou ainda uma placa de vídeo RTX 4090. Com essa configuração, o CPU, de clock boost máximo de 6,0 GHz, obteve um aumento de 2 GHz em sua frequência e uma variação entre 900 e 1300 FPS no jogo da Valve.
Deste modo, um novo recorde de frames por segundo em Counter Strike 2 foi estabelecido. Para o resfriamento do hardware, foi utilizado nitrogênio líquido. É importante ressaltar que Roger Chandler, vice-presidente e gerente geral da Enthusiast PC e Workstation do Client Computing Group da Intel, fazia parte da equipe responsável.
Além disso, foi possível notar outra característica interessante a partir dos testes em Rainbow Six Siege. Equipado com o i9-14900K, o uso do processador caiu em 1%, mas o uso da GPU, uma RTX 4090, subiu 16% e o da VRAM 5%.
A Intel já havia feito os testes com os mesmos títulos, mas nos resultados divulgados pela empresa os ganhos de performance em Rainbow Six: Siege e Metro Exodus seriam de 13% e 16%, respectivamente, valores próximos da metade do que parece ser a realidade.
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