De acordo com uma publicação do The New York Times da última segunda-feira (09), a China iniciou uma investigação antitruste contra a NVIDIA sob a acusação de práticas monopolistas relacionadas à aquisição da Mellanox Technologies em 2020.
Vale destacar que a medida ocorre em um momento de crescentes tensões tecnológicas entre os EUA e os chineses, o que mostra ainda mais a grande disputa por terreno entre as nações no mercado global de semicondutores.
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Contexto e motivações
A investigação é conduzida pela Administração Estatal para Regulação do Mercado (SAMR) da China, que alega que a verdinha pode ter descumprido as condições impostas durante a aprovação da aquisição da Mellanox.
A empresa é acusada de limitar a concorrência ao associar a venda de GPUs avançadas, como os modelos A100 e H100, com produtos Mellanox, prática que poderia prejudicar outros players no mercado de hardware e redes.
Esta não é a primeira acusação da NVIDIA, que tem enfrentado pressões internacionais por conta de sua posição dominante e quase que hegemônica no mercado de inteligência artificial (IA), alimentada por uma explosão na demanda por GPUs.
As receitas da empresa cresceram exponencialmente, alcançando projeções de US$120 bilhões em 2024, número equivalente à cerca de R$727 bilhões na cotação atual. Todavia, isso também atraiu atenção regulatória em várias regiões, incluindo os EUA e a União Europeia.
Os impactos para a NVIDIA
O caso é visto como parte de um embate estratégico mais amplo. A China, que depende da NVIDIA para hardware de IA avançado, busca contrabalançar as sanções americanas que restringem exportações de semicondutores e chips de última geração para o país.
Paralelamente, o governo chinês promove o fortalecimento de sua própria indústria tecnológica, apostando em alternativas domésticas.
No mais, a corporação comandada por Jensen Huang afirmou que está cooperando com as autoridades chinesas e defende que seu sucesso é baseado na superioridade de seus produtos. A empresa enfatiza o compromisso em seguir as regulamentações em todos os mercados onde opera.
Quais podem ser as consequências?
Por fim, a investigação poderá redefinir as relações da NVIDIA com o mercado chinês, que já foi responsável por 26% de suas receitas, mas caiu para 17% em 2024, reflexo das sanções americanas e da crescente concorrência local.
Se comprovadas as violações, o time verde pode enfrentar sanções financeiras e ajustes obrigatórios em suas práticas comerciais na China, prejudicando sua atuação na região.