A Intel, uma das gigantes mundiais na fabricação de semicondutores, enfrenta uma crise financeira significativa que vem se agravando nos últimos anos, sendo que em 2024 a situação tem crescido a ponto de se tornar bastante preocupante para o time azul.
Desde 2021, a empresa tem registrado resultados financeiros decepcionantes, culminando em um prejuízo de US$1,6 bilhão, cerca de R$9,2 bilhões na cotação atual, no segundo trimestre de 2024.
Este cenário levou os comandados por Pat Gelsinger a adotarem medidas drásticas, incluindo a demissão de 15 mil funcionários, o que representa cerca de 15% de sua força de trabalho global, e a revisão de sua estratégia operacional. Conheça através dessa matéria mais sobre o caso, incluindo os principais motivos e perspectivas para o futuro.
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Motivos da crise
A crise atual da Intel pode ser atribuída a vários fatores, como a crescente concorrência e a perda de liderança em segmentos cruciais do mercado de semicondutores.
Empresas como AMD, NVIDIA e Qualcomm têm avançado a passos largos, especialmente no campo da inteligência artificial (IA), onde a azulzinha tem lutado para acompanhar, mas talvez tenha começado sua jornada neste setor tarde demais.
A vermelhinha, por exemplo, ganhou destaque com seus processadores Ryzen AI, enquanto a verdinha continua dominando o segmento de IA para servidores e datacenters.
É importante lembrar também que a Intel enfrentou graves problemas técnicos com suas linhas de processadores de 13ª e 14ª geração, que apresentaram falhas e instabilidades que abalaram a confiança dos consumidores. Essas questões forçaram a corporação a estender a garantia desses produtos, aumentando ainda mais seus custos operacionais.
As estratégias da Intel para superar o momento
Em resposta à crise, a Intel está implementando uma série de medidas de corte de custos. Entre as estratégias consideradas estão a suspensão ou cancelamento de grandes projetos de expansão, como a construção de uma fábrica de US$32 bilhões, quase R$180 bilhões na cotação atual, em Magdeburg, na Alemanha.
Além disso, o time azul também estuda a venda de ativos valiosos, como a Altera, fabricante de chips programáveis adquirida em 2015.
Outro foco da gigante é a reestruturação interna, com a possibilidade de cortar divisões menos lucrativas e concentrar recursos em áreas com maior potencial de retorno. Esse plano estratégico é essencial para enfrentar a desaceleração das receitas e a necessidade de reequilibrar suas finanças.
Mesmo assim, analistas indicam que as demissões e cortes não foram suficientes para restaurar a confiança do mercado, com o valor de mercado da Intel caindo para níveis similares ao da OpenAI, uma startup de IA.
Perspectivas futuras
O futuro da Intel depende de sua capacidade de se adaptar rapidamente às mudanças do mercado e de resolver seus problemas técnicos. A empresa ainda possui uma forte base de clientes e uma marca reconhecida globalmente, o que pode ser um ponto positivo em sua tentativa de recuperação.
No entanto, o caminho para restabelecer sua posição de liderança no setor será desafiador, exigindo investimentos inteligentes e uma gestão eficaz de seus recursos.
De maneira geral, o momento é um reflexo de desafios internos e externos que a empresa enfrenta, desde a competição acirrada até problemas operacionais. As medidas tomadas podem ajudar a estabilizar a situação no curto prazo, mas a recuperação a longo prazo dependerá da capacidade da Intel de se reposicionar no mercado global.