De acordo com uma publicação do Tom’s Hardware desta quarta-feira (16), a Intel enfrenta uma crise na China, onde foi acusada por uma entidade governamental de comprometer a segurança nacional. A Associação de Segurança Cibernética da China alega que os processadores da empresa americana têm falhas de segurança que poderiam ser usadas para espionagem e monitoramento, representando um risco aos interesses do país.
A situação ganha contornos ainda mais graves em meio às tensões comerciais e tecnológicas entre Estados Unidos e China, que já ocorrem há algum tempo, e incluem sanções aos asiáticos na exportação de tecnologias consideradas de ponta.
- China incentiva substituição de GPUs NVIDIA por soluções domésticas
- Intel Core Ultra 200: rumores apontam para lançamento em breve
A principal crítica da China contra a Intel se concentra em falhas de segurança observadas nas CPUs da marca, principalmente em gerações recentes como Raptor Lake e Alder Lake. Segundo o relatório chinês, as vulnerabilidades poderiam permitir o roubo de informações sensíveis, algo que levanta preocupações sobre a integridade dos sistemas que utilizam os chips do time azul.
Além disso, há acusações de que os processadores da Intel teriam “backdoors” (portas traseiras) que poderiam ser exploradas para espionagem. As falhas citadas incluem os ataques GhostRace e Indirector, que afetam diversas plataformas, incluindo chips ARM e Intel. Embora os comandados por Pat Gelsinger tenham lançado atualizações de segurança para mitigar esses problemas, como o microcódigo 0x12b, as preocupações persistem entre as autoridades chinesas.
Implicações comerciais e tecnológicas para a Intel
As acusações vêm em um momento delicado para a Intel, que gera uma parte importantíssima de suas receitas na China. Em 2023, a China representou mais de 25% do faturamento global da empresa, o que destaca a importância do mercado chinês. Um bloqueio ou restrição imposto ao uso de seus chips no país poderia prejudicar severamente a azulzinha, que já enfrenta dificuldades financeiras.
Por outro lado, as relações entre Estados Unidos e China continuam tensas, com sanções sendo aplicadas a empresas chinesas de tecnologia. A Intel, apoiada pelo governo americano por meio do CHIPS Act, que visa fortalecer a indústria de semicondutores nos EUA, está no centro de uma disputa tecnológica global. Washington tem imposto sanções que limitam a exportação de chips avançados para a China, numa tentativa de restringir o acesso chinês a tecnologia de ponta.
Se as investigações avançarem e resultarem em restrições ao uso dos chips Intel, a empresa pode enfrentar uma crise ainda maior, ainda mais em um momento em que sua presença no mercado chinês é crucial para seus resultados financeiros.