Conforme publicado pelo 9to5mac na última quinta-feira (26), a decisão da Apple de rejeitar o recente pacto de inteligência artificial (IA) proposto pela União Europeia surpreendeu o setor e levantou questões sobre os rumos da inovação e regulamentação de IA no continente.
O pacto, que visa garantir um desenvolvimento ético e transparente de sistemas de IA, conta com o apoio de gigantes como OpenAI, Google, Microsoft e Amazon, mas além da marca da maçã. teve a ausência de outra gigante: a Meta.
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Esse tratado voluntário faz parte de uma iniciativa da Comissão Europeia para antecipar as regulamentações obrigatórias que serão impostas pelo AI Act, que deve ser implementado nos próximos anos.
A adesão ao pacto não é obrigatória, mas visa promover princípios como transparência, governança de riscos e supervisão humana, aspectos que serão mandatórios sob o futuro regulamento europeu. Até agora, mais de 100 empresas se comprometeram.
A Apple não publicou um comentário oficial detalhado sobre sua decisão de ficar de fora do pacto, mas especialistas apontam para alguns fatores que podem ter influenciado sua escolha. Primeiro, a empresa tem uma longa história de tensões com reguladores europeus, ainda mais quando se trata de questões de privacidade de dados e políticas de loja de aplicativos.
Por isso, a marca parece estar relutante em adotar compromissos voluntários que possam ser usados como precedentes em futuras ações regulatórias.
Além disso, a Apple tem adotado uma abordagem mais discreta e integrada para IA, focando em recursos baseados em inteligência artificial dentro de seus próprios produtos, como a Siri, ao invés de desenvolver plataformas independentes de IA como outras corporações.
Deste modo, a gigante teme que assinar o pacto poderia restringir a flexibilidade em inovar, considerando as cláusulas de transparência que poderiam impactar a confidencialidade de suas operações.
Impactos futuros
A decisão da Apple pode ter implicações tanto para sua relação com a União Europeia quanto para os consumidores. Alguns analistas sugerem que essa postura pode enfraquecer o pacto da UE, já que a ausência de um nome tão relevante no setor tecnológico poderia dificultar a implementação das regras de IA na Europa.
No mais, se a marca da maçã continuar a resistir às regulamentações futuras, pode acabar prejudicando o lançamento de novos produtos com IA no mercado europeu, como já ocorreu no adiamento de funcionalidades do Apple Intelligence em sua linha de iPhones.