De acordo com uma publicação do Wired da última quarta-feira (27), os Estados Unidos anunciaram novas medidas para restringir o acesso da China a tecnologias avançadas de semicondutores, incluindo chips usados em inteligência artificial (IA) e ferramentas de fabricação.
As restrições fazem parte de um esforço estratégico para desacelerar o desenvolvimento tecnológico chinês em setores considerados críticos para aplicações militares e econômicas.
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Principais restrições
As novas regras, detalhadas pelo Departamento de Comércio dos EUA, limitam ainda mais a exportação de chips de alta performance e de equipamentos essenciais para a fabricação de semicondutores.
Tais limitações afetam empresas como a NVIDIA, cujo chip H800 foi especificamente mencionado como alvo implícito das novas regulações. De maneira geral, o foco deve ser em restringir produtos baseados em HBM3.
Além disso, os EUA planejam listar mais de 200 fábricas chinesas avançadas que serão proibidas de receber tecnologia americana, facilitando a aplicação das sanções por empresas internacionais.
Impactos e objetivos estratégicos
A estratégia reflete uma mudança de abordagem. Antes, os EUA buscavam manter a China algumas gerações atrás em avanços tecnológicos. Agora, o objetivo é manter uma liderança tecnológica grande, impedindo a capacidade chinesa de desenvolver supercomputadores e IA avançada, que poderiam ser usadas em aplicações militares.
Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional dos EUA, destacou que tecnologias fundamentais, como chips de memória e lógica avançada, exigem uma vantagem estratégica maior.
Por outro lado, especialistas alertam que as medidas podem estimular o crescimento interno da indústria chinesa de chips. Exemplos como o lançamento do chip de 7 nm pela Huawei indicam que as sanções estão acelerando os esforços da China para reduzir sua dependência de tecnologia estrangeira.
Reações e cenário diplomático
As restrições ocorrem em um momento muito delicado das relações EUA-China, com esforços recentes para melhorar o diálogo bilateral.
Por fim, o governo de Pequim criticou as sanções como uma “politização do comércio” e um esforço para desestabilizar as cadeias globais de suprimentos. A pressão para que aliados dos EUA, como Japão e Países Baixos, adotem medidas semelhantes é um ponto central dessa estratégia.