Miguel, do MW Informática, fala de carreira, planos futuros e analisa o mercado

Miguel Gustavo Wilbert é o nome por trás do “MW Informática”, canal que conta com quase 1.2 milhão de inscritos. O gaúcho de 25 anos aborda conteúdos relacionados ao universo do hardware, mas se diferencia dos demais num ponto importante: a acessibilidade. Não é por acaso que o youtuber tem, cada vez mais se destacado no meio, trazendo opções que cabem para todos os tipos de público. Conheça um pouco mais o rosto por trás do sucesso.

O primeiro contato

No entanto, diferentemente de muitos, Miguel não teve acesso aos PCs tão cedo. Seu primeiro contato foi já adolescente, nas aulas de informática da escola. Pouco tempo depois, se interessou por hardware através de um curso pago por seus pais e, com um dinheiro que juntou, comprou seu primeiro computador.

“Na época do ensino fundamental eu era atrasado em relação aos meus colegas quando falamos de PCs. Nos períodos em que íamos na sala de informática, a galera já sabia abrir o Paint para desenhar, e eu ficava babando, pois nunca tinha usado um computador. Quando aprendi a abrir o Pinball era só felicidade. Tudo isso já tem muito tempo, era no período do Windows XP, Windows 95″, conta o dono do canal MW Informática.

“O contato mais direto com hardware aconteceu quando meus pais me pagaram um curso de operador de micro, que era febre nos anos 2000. Depois desse curso profissionalizante, fiz um de design gráfico e um de hardware. Ali que comecei a mexer com PCs, e com 14 anos tive o meu primeiro computador, que juntei uma grana e tive a ajuda dos meus pais para comprar. Não tinha muito medo, já comecei a montar e desmontar. Se desse problema, tanto fazia. Foi assim que começou”, completa.

As profissões e o início do canal

Miguel Wilbert se destacou em seu curso, e chegou a se tornar professor para outros alunos. No entanto, a profissão durou pouco, e ele passou a trabalhar numa fábrica de calçados para poder cursar a universidade. Neste meio tempo, abriu uma assistência técnica e o canal no YouTube.

“A escola em que eu fiz o curso de operador de micro chegou a me contratar para ser instrutor. Com 14 anos eu era instrutor, e fui aprendendo hardware junto com outros profissionais para que eu ministrasse aulas sobre o tema também. Quando eu era mais novo gostava de fazer várias coisas diferentes. Queria interagir, me comunicar, me destacar, e isso se encaixa bem com o que faço hoje. Não tinha uma profissão dos sonhos mas, se tivesse, não era relacionada ao universo dos PCs”, conta o gaúcho.

“Aqui, o polo industrial de fabricação de sapatos é muito grande, só se faz isso. Com uns 16 anos fui trabalhar numa empresa calçadista. Trabalhei na linha de produção por mais ou menos 4 anos e 6 meses, para ganhar duas cadeiras na universidade. No fim desse tempo eu já estava de saco cheio e abri a assistência técnica.”

“Cheguei a começar uma graduação em Sistemas de Informação, mas não cheguei a concluir. Cursei por quatro anos, cheguei mais ou menos na metade da matéria. Nesse meio tempo, abri uma assistência técnica, para prestar serviços de manutenção aqui na cidade. É uma cidade de interior, pequena. Nessa época comecei o canal também, que começou a crescer e dar certo. Então, larguei a faculdade e resolvi dedicar 100% do meu tempo nisso”, conclui.

Os hobbies pessoais de Miguel

Assim como todos, o youtuber também gosta de fazer outras atividades além do trabalho. Todavia, nem sempre sobra tempo e, nas horas livres, ele prefere se distrair com a família.

“Hoje em dia eu curto praticar um boxe. Acabo não tendo tanto tempo para gameplays, difícil tirar um tempo, ainda mais com um filho. Toda noite fico na sala aproveitando com a família, rolando no chão com o ‘piá'”, afirma.

O começo do canal e as preferências

Há alguns anos, os conteúdos de hardware no YouTube estavam dando seus primeiros passos, e o segredo do sucesso do canal MW Informática está justamente aí. O fundador soube explorar um nicho que, até então, estava vazio.

“Quando eu estava consumindo conteúdos desse gênero, fazendo um pré-estudo antes de abrir o canal, eu via que eu, como um assalariado, muitas vezes não conseguia alcançar o que era mostrado pelos canais, eram novidades caras. Comecei a procurar outras opções, configurações mais baratas, mas que compensavam. Nesta época, existia essa lacuna no YouTube brasileiro, que eu cheguei preenchendo.”

“Além disso, eu gosto muito do que faço, curto estudar, e isso ajuda. Me dá muito prazer aprender e passar para o meu público da maneira mais fácil e clara possível. A parte de benchmarking tem perdido um pouco a graça para mim. É muito legal pensar que mais de 1 milhão de pessoas me viram numa tela e se inscreveram por terem aprendido algo.”

O futuro do MW Informática

Atualmente, Miguel Wilbert tira a maior parte de sua renda do canal. No entanto, o gaúcho é consciente, e sabe que precisa expandir os horizontes. Até o final de 2021, o fundador deseja fazer o MW Informática ainda maior do que já é.

“O YouTube é onde invisto a maior parte do meu tempo, e tenho retorno. O MW Informática agora é uma empresa, tem funcionários registrados e terceirizados. No mais, tenho um curso que ensina manutenção e alguns investimentos para retorno futuro.”

“Quero aumentar a minha equipe e introduzir outros rostos no canal. Por mais que sejam as minhas iniciais, eu quero desvincular o MW do Miguel Wilbert, o que é complicado. Se o pior acontece comigo amanhã, minha família perde o sustento. Por isso, quero aumentar a equipe e a frequência de vídeos, expandindo as áreas de hardware que abrangemos. Isso vai sair até o final desse ano, esses últimos seis meses são decisivos”, revela Miguel.

Análise de mercado

Não é nenhum segredo que o mercado de hardware passa por uma crise ocasionada por diversos motivos, entre eles as dificuldades causadas pela pandemia e a ascensão das criptomoedas. Sabendo disso, Miguel Wilbert faz sua previsão para os próximos dias.

“Os componentes voltarão a ficar acessíveis. Não tem como ficar como está. A grande questão é quando isso acontecerá. As criptomoedas estão caindo, estamos no chamado inverno das cripto. Os gráficos estão semelhantes aos de 2018 e, quando isso aconteceu, tivemos uma chuva de GPUs por um preço baixo. Acho que vai ser um Ctrl C + Ctrl V. O adicional é a pandemia, que prejudica as linhas de produção. Acredito que no início do ano que vem as coisas já estejam mais leves”, prevê o youtuber.

Conselhos de Miguel

“Se você tem vontade de fazer algo, vá atrás e não meça esforços. Dê o seu melhor. É interessante usar alguém que tu goste como espelho, mas pense no melhor para você. Sempre vejo nos comentários pessoas dizendo que querem ser iguais a mim, mas eu digo que elas precisam ser melhores, acertarem onde erro.”

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